
As sinhás contemporâneas lutam pelos direitos dos seus filhos,
mas não conseguem sentir o mesmo pelos filhos de suas empregadas.
Elas entendem todas as birras dos seus pequenos niños
mas não concebem que todos os filhos do mundo precisam de carinho.
As sinhás contemporâneas não se condoem pelas crianças nos faróis
e não ligam de comprar o videogame de última geração para os seus filhos consumistas.
Elas acreditam que a fome dos seus filhos é a mais importante
E que se dane a fome dos filhos dos restantes, principalmente os das diaristas.
As sinhás contemporâneas não querem lavar louça na quarentena
e, por isso, não se preocupam que a empregada se contamine.
Pensam logo, se justificando:
Meu conforto, acima de tudo;
se ela se esforçasse mais, talvez teria outra vida.
Fácil falar para as sinhás contemporâneas
que há centenas de anos têm seus privilégios garantidos.
Se tivessem que lutar como uma mulher negra e pobre pela sobrevivência,
garanto: há muito tempo já teriam se extinguido.
Por Dani Balam em 05/06/20 para Miguel, 5 anos, morto nesta quinta-feira (4). O garoto estava com sua mãe Mirtes, mulher negra e empregada doméstica, em Pernambuco.
Descanse em paz pequeno, espero que consigamos não deixar ficar assim. Tempos difíceis…
A seguir, imagens de protesto que surgiram nas redes pela morte de Miguel:

20 mil reais. O preço da fiança que a patroa pagou para não ser presa pela morte de Miguel.
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