Em reação ao imenso levante Black Lives Matter que teve início em maio de 2020 nos EUA, o Facebook vem oficialmente perseguindo páginas anarquistas e antifascistas desde agosto, alegando que grupos de extrema direita e de extrema esquerda devem ser igualmente combatidos.
A empresa que também controla o Whatsapp e Instagram se aproveita da preocupação geral provocada pelo fortalecimento da extrema direita através das redes sociais para também censurar as vozes de resistência, equivalendo, em uma distorção macabra, vidas negras importam e supremacia branca. Aqui é importante lembrar que há anos a extrema direita tem se utilizado dessa ferramenta para difundir discursos de ódio, se organizar e eleger seus candidatos, entre eles Trump e Bolsonaro, através de imensas campanhas de fake news.
Após à recente invasão do Capitólio nos EUA incentivada por Trump, o Facebook anunciou que irá permanentemente “despolitizar” a plataforma. De acordo com o CEO Mark Zuckerberg, notícias relacionadas a política terão menos visibilidade no feed. Além disso, nas suas próprias palavras, existem inúmeros grupos que ele gostaria que fossem deletados mesmo que não violem nenhuma regra da plataforma.
No dia 10 de fevereiro, a empresa declarou o inicio do processo de modificação do seu algoritmo para redução da visibilidade do conteúdo político, com impacto nos feeds de países como Brasil, Canadá e Indonésia, com expansão para os Estados Unidos na próxima semana.
Essa censura aberta ao conteúdo político ira afetar de modo severo o material útil a organização e luta dos de baixo. Devemos lembrar que as ferramentas tecnológicas para censura nas redes já foram largamente desenvolvidas e testadas na China desde o surgimento destas redes, e que sua aplicação mais descarada a nível global é uma questão de tempo e de correlação de forças com o acirramento da luta de classes.
Não podemos ser ingênuos em relação ao caráter reacionário dos planos das grandes corporações da indústria digital, nem ter duvidas quanto aos poderes nefastos que o uso combinado e estrategicamente manobrado que a vigilância, coleta de dados, censura e promoção de conteúdos selecionados assumem nessas plataformas, de forma que a independência e a construção de infraestruturas alternativas de comunicação em relação a essas redes se impõem como uma tarefa cotidiana inescapável para a resistência.
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É necessário o canal como esse pra combater seus fales News, que infelizmente assola nas redes sociais