No dia 03/02, quinta-feira, foi realizada uma manifestação popular contra a verticalização ilegal de Ilha Comprida no Vale do Ribeira, Litoral Sul do estado de São Paulo. A mobilização reuniu dezenas de moradores, se concentrou no Fórum de Iguape e seguiu em passeata para a sede da Fundação Florestal, percorrendo alguns quarteirões. A composição do ato foi em sua maioria de jovens e a passeata teve apoio da população da pequena cidade de Iguape, pouco acostumada a ver protestos populares. Ainda assim o ato foi acompanhado por 4 viaturas policiais, com policiais armados que insistiam em parar junto ao ato a cada momento do trajeto, numa clara atitude intimidatória.
O motivo da convocação do ato foi o início da construção do empreendimento imobiliário Ecco Ilha, do empresário Chico Silvestre, que consiste de um condomínio de 10 prédios de 30 metros de altura (7 andares). Sendo o maior empreendimento ja construído na região de reserva ambiental do Vale do Ribeira, abrindo espaço para o aceleramento da degradação ambiental e social da região.
O município de Ilha Comprida é integralmente protegido por unidades de conservação ambiental estaduais e federais. O Prefeito Geraldo Junior (PSDB) e o diretor da Fundação Florestal Rodrigo Levkovicz estão mancomunados com especuladores imobiliários, agentes do governo do Estado, investidores ocultos, assim como com politicos locais e de fora para a construção do condomínio ilegal. A obra além de promover a aceleração da devastação da maior reserva de mata Atlântica do Estado também põe em risco o Lagamar, o mais importante berçário de vida Marinha do Atlântico Sul. Estes crimes ambientais inestimáveis além de não trazerem qualquer benefício econômico significativo para as populações locais, ainda degradam o próprio potencial turístico e ambiental de que vive a cidade.
A flexibilização da legislação ambiental do município feita para dar falsa cara de legalidade a verticalização da ilha tem sido contestada por meios institucionais, como petições (aqui e aqui), um ofício da SOS Mata Atlântica e outros documentos (aqui e aqui). Uma aula sobre os terríveis impactos da verticalização da Ilha foi realizada pela professora e pesquisadora Célia Regina Gouveia de Souza. Infelizmente o fato tem recebido pouca atenção da mídia e da opinião pública, sendo a única cobertura jornalista disponível feita pelo portal Mar Sem Fim, que denuncia o avanço da especulação imobiliária na Ilha e a verticalização da Ilha que tem sido realizada com a omissão criminosa dos órgãos de fiscalizaçãom, como a Fundação Florestal.
Apoiamos a luta contra construção ilegal da Ecco Ilha e a verticalização de ilha Comprida! Em tempos de crise climática não podemos deixar que a ganância especulativa dos poderosos destrua um bioma tão essencial para o ecossistema do planeta, prejudicando ainda mais as comunidades tradicionais caiçaras e indígenas!
Acompanhe a mobilização pela página: Diga Não à Verticalização Ilegal de Ilha Comprida
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