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04 nov 2022

Breves notas sobre a extrema-direita insurgente

PATETAS BARULHENTOS?

No dia 30/11, logo após o resultado das eleições presidenciais, não demorou para que bolsonaristas começassem a questionar o resultado das eleições, como era previsível. Enquanto a esquerda esperava uma ação semelhante a que aconteceu nos Estados Unidos, a extrema-direita iniciou a realização de bloqueios que afetariam a infraestrutura do poder e revelariam uma capacidade de articulação da extrema-direita não só ainda maior que a de 2018, mas em novas formas.

Em menos de um dia, o bolsonarismo conseguiu realizar paralisações em mais de 300 rodovias e em 21 Estados. Atualmente, os números de atos de bloqueios realizados por bolsonaristas ultrapassam os 900, sem contar a realização de atos de rua em mais de 24 Estados brasileiros. Trata-se, assim, de um movimento que além de caminhoneiros envolveu também empresários do agro, pequenos proprietários, comerciantes, além de outras camadas da população, da classe média à baixa, configurando um fenômeno de massas. Apesar de toda essa capacidade de ação, a esquerda, sobretudo institucional, pouco tem dado atenção ou pensado em ações, com a alegação que se trata de apenas barulho por parte de um bando de pateta ou de pessoas em delírio, “desorientadas” e perdidas diante do silêncio do Bolsonaro.  A tática adotada é deixar que “falem sozinhos”, dentro de seus delírios golpistas e em sua auto-ilusão alimentada pela disseminação de Fake News. Diante disso, caberia a nós apenas esperar que as instituições de justiça fizessem seu trabalho, delegando ao Judiciário, à Polícia Rodoviaria Federal e à Polícia Militar, ou seja, ao Estado Penal, o papel para assegurar o Estado Democrático de Direito ameaçado.

Essa tática foi reafirmada em, ao menos, 3 momentos:

1º Logo no início, os bloqueios foram considerados inofensivos, realizados por um número pequeno de bolsonaristas, sem apoio popular e que não iriam crescer mais que aquilo que estava dado. Contudo, os bloqueios que começaram em três Estados: Santa Catarina (SC), Mato Grosso (MT) e Rio de Janeiro (RJ), ainda na noite do dia 31 já haviam atingido 21 Estados e mais de 300 pontos bloqueados.

2º Após a extrema-direita insurgente ter conseguido realizar uma ação nessas proporções, a esquerda passou a defender a intervenção das forças policiais para desfazer bloqueios, aplicar multas ou mesmo prender bolsonaristas. Essa orientação se deu, sobretudo, após a ordem de Alexandre de Moraes (STF) para que a PRF desbloqueasse as rodovias. Tratava-se, por parte da esquerda institucional, de uma recusa que fossem convocados atos de rua para desbloquear rodovias e combater a extrema-direita nas ruas, dado o suposto risco de que isso se convertesse numa guerra civil. Era, assim, preciso esperar as forças policiais fazerem seu papel de salvaguarda da democracia e avaliar se haveria uma maior radicalização por parte da extrema-direita antes da esquerda tomar as ruas.  A esquerda institucional, contudo, parece que não contava com a autonomia política da polícia, exercitada durante anos via autonomização do direito de matar nas periferias, pela articulação dos “mercados de proteção” e, inclusive, pela realização de greves. A insubordinação da polícia se mostraria uma força produtiva fundamental na expansão do movimento bolsonarista.

Nesse momento, coube às ações das torcidas organizadas mostrar na prática antifacista os limites da avaliação da esquerda institucional sobre a força social da extrema-direita, bem como das ações possíveis e que deveriam ser tomadas. Além disso, as ações diretas das torcidas organizadas mostraram sua importância no recuo, ao menos momentâneo, que a mobilização bolsonarista sofreria.

3º Momento foi no dia 2 de novembro, que amanheceu com a notícia da redução dos bloqueios, caindo de cerca de 300 bloqueios para 126, com + de 732 bloqueios desfeitos. Essa situação logo foi lida, novamente, como confirmação de que o movimento dos bolsonaristas não iria dar em nada e que, portanto, não era necessário tomar nenhuma ação. Posição reforçada pela leitura segundo a qual o pronunciamento de Bolsonaro teria sido recebido no sentido de encerrar a mobilização. De fato, a avaliação de que o movimento estava se enfraquecendo era mais geral. Em partes, em decorrência da falta de informação sobre os atos que estavam acontecendo nos centros urbanos, em frente aos quartéis etc.

Nessas circunstâncias, a tática da esquerda de “não falar sobre”, de abafar o “barulho” dos golpistas, mostrou o quão perigoso pode ser evitar encarar a situação de frente. Ao final do dia 03/11, com a divulgação das notícias, o que apareceu como um “recuo” e “enfraquecimento” na parte da manhã e durante a tarde, se mostrou uma mudança de tática: as ações bolsonaristas de bloqueios, que ainda eram em cerca de 80, se deslocaram para atos de ruas, quartéis e praças que se faziam presente em 24 Estados.

Além disso, começou a ficar mais explícito as disposições de radicalização presente nos atos bolsonaristas, com casos de agressões físicas e ameaças armadas: alguns caminhoneiros estavam sendo obrigados a parar por conta da ameaça de grupos armados; em João Pessoa, uma mulher teve seu carro quebrado, foi agredida e teve sua roupa rasgada; Em Jundiai, bolsonaristas atacaram um ônibus e agrediram estudantes.[1]

MILITARISMO E LUMPEM-RADICALISMO NAS ELEIÇÕES

Seria preciso considerar as mobilizações da extrema-direita no pós-eleição em sua ligação com os acontecimentos que houveram durante o processo eleitoral. Considerar esses eventos em conjunto nos permite ver melhor como a esquerda subestimou e subestima a força, no mínimo, insurgente da extrema-direita brasileira. Nas eleições e no pós-eleição foi mostrada uma capacidade de articulação e de uso de táticas da esquerda tão maior quanto a da extrema-direita nos Estados Unidos.

A força da extrema-direita é subestimada porque suas figuras são toscas e representadas de maneira tosca, ignorante, que “não sabem o que fazem”, e inofensivas, no sentido que são incapazes de conquistar aquilo que querem, pela própria esquerda.

Tomando em perspectiva todo o processo eleitoral, podemos afirmar que a extrema-direita conseguiu construir um agenciamento ou uma máquina de guerra social muito diferente do que havia em 2018. Esse agenciamento não pode ser medido em termos organizacionais pelos parâmetros tradicionais de organização política que a esquerda tem: na forma partido, sindical ou em termos de organização formal em geral. Também não pode ser reduzida, em sua explicação, à disseminação de Fake News e ao seu financiamento pelo gabinete do ódio. Uma explicação, aliás, que não é nova, mas já se encontrava nas tentativas de explicação da emergência do bolsonarismo e de sua vitória na eleição de 2018, reatualizando uma certa concepção das massas de direita como “iludidas” ou mergulhadas em “ideologia”. Tal explicação é uma forma de dar conta do seguinte problema: como as massas lutam por sua servidão como se estivessem lutando por sua liberdade?

De todo modo, o atual agenciamento da extrema-direita é algo bem mais próximo das formas informais de organização, de células catalisadoras etc., características do anarquismo e autonomismo insurreicionário. Se é verdade que a extrema-direita cresceu simulando as organizações formais autonomistas, como é o caso do MBL e do “Vem pra rua”, podemos dizer que atualmente há uma mutação nas formas de articulação da extrema-direita, que acompanha o uso de táticas de esquerda que não se valem de organizações formais. Algo nesse sentido ficou bem mais patente com as mobilizações que se iniciaram no dia 31/10.

As ações de Zambeli e Jefferson podem, em certa medida, ser também consideradas como índices disso, fazendo propaganda pelos fatos, uma propaganda para mostrar não só que a extrema-direita está armadas, mas também que tem as forças policiais (sobretudo a PRF) ao seu lado, incitando a radicalização, o militarismo viril e o racismo de suas bases. Logo após os resultados das eleições, ainda no dia 31/11, houve ainda o caso em BH de um bolsonarista que matou um jovem e deixou 4 mulheres feridas após o resultado das eleições.[2]

Tais ações do bolsonarismo, às quais seria preciso acrescentar a de Tarcísio durante a campanha eleitoral em São Paulo, se enquadra muito bem no que Achille Mbembe conceitualizou como militarismo e lumpem-radicalismo para dar conta dos processos de informalização do poder – que é o correlato da informalização da economia no capitalismo mundializado – nas regiões de “Estados falidos” da África, que depois Mbembe verá se alastrar pelo mundo. Trata-se de processos alimentados pelas políticas de deterioração das condições de vida e da capacidade do Estado de se reproduzir, inclusive no que diz respeito as condições de seu braço militar. Tal desintegração do Estado conduz a uma dispersão do monopólio da violência e uma nova redistribuição do porte e uso de armas, que regula a produção de morte na qual a política vai cada vez mais se reduzindo nesse cenário de crise, cenário no qual os laços sociais vão se convertendo em laços de inimizade como condição de reprodução da ordem social capitalista.

O militarismo e o lumpem-radicalismo, assim, perpassa todo tecido social, como um vetor que arrasta as elites econômicas, políticas, as instituições militares e a “sociedade civil”, e na qual as formas-milicianas de governo, uma multiplicidade de “máquinas de guerra” vão se alastrando. O bolsonarismo se encontra, me parece, bem mais enraizado nesse processo de dissolução do Estado e de crise da “soberania”, que se estilhaça em micro-soberanias disputando entre si (basta ver que as milícias no Rio também estão se matando agora e concorrendo por domínios territoriais tomados das facções). É um fenômeno cego e bem menos controlável do que as explicações sobre a formação de um Estado “totalitário” e de reforço da soberania do Estado, ou de controle do bolsonarismo pelo exército ou o Estado parecem considerar. Tomar esse processo estrutural de dissolução implica, por sua vez, também descentralizar a explicação do bolsonarismo em relação à figura do Bolsonaro, que é apenas uma resultante da situação de exceção permanente que coexiste na nossa democracia das chacinas.

Nesse sentido, se há algo na análise do Deleuze e Guattari sobre o fascismo que dialoga com nosso tempo, e que frequentemente fica ofuscado, é a leitura segundo a qual o que liga nossa situação atual – e os novos fascismos – ao fascismo histórico é o fato de o fascismo ter surgido como uma máquina de guerra autonomizada em relação ao próprio Estado, que se consolidou e se incorporou na ordem democrática. Com a diferença que na nossa situação não estamos diante de um cenário de guerra securitária e “paz perpétua” de um capitalismo integrado, mas de um capitalismo mundial em desintegração, que fragmenta ainda mais, em múltiplas “máquinas de guerras”, os modos de realização de uma guerra civil mundial permanente.

Isso significa olhar pra certas coisas que parecem “tiro no pé” do bolsonarismo, segundo um certo padrão de “racionalidade”, como na verdade elementos que o fortalecem, que intensificam seu lumpem-radicalismo e seu militarismo, como foi o caso recente do Roberto Jefferson, da Zambelli e das atuais manifestações. Isso significa também que não dá para avaliar a força do bolsonarismo segundo a realização das metas ou interesses que o bolsonarismo estabelece para si mesmo: ganhar as eleições, conseguir intervenção militar etc.

OS LIMITES DO INTERESSE E DAS METAS: BOLSONARISMO COMO FENÔMENO DA ORDEM DO DESEJO

Está se tornando comum por parte da esquerda institucional e de liberais analisar a força da extrema-direita segundo a realização das suas metas e seus interesses. Assim, Bolsonaro ter perdido as eleições ou o fato de que bolsonaristas não estarem conseguindo avançar na sua ação golpista, aparecem como motivos para não se mobilizar agora contra o bolsonarismo. Por mais que tal avaliação seja apressada em seus próprios termos, dada a atual configuração do senado e da câmera, além da eleição de governadores bolsonaristas como Tarcísio, é preciso questioná-la em seus pressupostos fundamentais.

Mark Bray, em seu O Manual Antifacista, deu uma lição valiosa sobre esse tipo de avaliação, ao nos lembrar que “as revoluções fascistas nunca foram bem-sucedidas”, e que os fascistas alcançaram o poder legalmente, utilizando da própria democracia:

“Para os militantes antifascistas, esses fatos históricos lançam dúvidas sobre a fórmula liberal de oposição ao fascismo. Essa fórmula equivale essencialmente na fé de um ‘debate fundamentado’ para combater ideias fascistas, na polícia para combater a violência fascistas nas ruas e nas instituições governamentais parlamentares para combater as tentativas fascistas de tomar o poder” (Mark Bray, O Manual Antifascista).

Mas para além de nos alertar sobre os limites das instituições para conter a extrema-direita, esse fato também nos revela algo sobre sua economia-política libidinal. Comumente, vemos a relação entre a base bolsonarista e o Bolsonaro ser abordada meramente em termos de identificação, em que a massa bolsonarista é descrita como uma massa amorfa, irracional, delirante etc., que segue cegamente o Bolsonaro como modelo de identificação. Mas analisar as coisas assim é tomar o efeito pela causa: o Bolsonaro é apenas a resultante macropolítica mais adequada a um processo molecular que foi sendo produzido no campo social, na vida cotidiana, em décadas de guerra social, encarceramento em massa, genocídio da população negra, de feminicídio, transfeminicídio e militarização da vida cotidiana. Cabe lembrar, aliás, que uma das maiores bases econômico-políticas e libidinais do bolsonarismo se assenta, por um lado, no “desenvolvimentismo punitivista” (altamente racializado) e sua ampliação do investimento de forças destrutivas: aumento do contingente militar, de armas, tecnologias de segurança, além de todo aparato semiótico de produção da (in)segurança que favoreceu a dissolução da fronteira entre civil e militar. Por outro, houve também uma expansão da produção semio-técnica da cis-masculinidade, com consumo em massa de testosterona e viagra, que foi intensificado na pandemia, inclusive dentro do exército.[3] Bolsonaro, nesse sentido, bem como demais representantes políticos a ele relacionados, expressam uma representação macropolítica da intensificação de um processo de abolição e destruição que foi sendo produzido no funcionamento cotidiano do capitalismo, do cispatriarcado e do racismo.

Além disso, precisamos considerar que todo o campo social e toda a História é um processo delirante e as formações sociais são todas formações inconscientes. Não há uma Razão na História. Nesse sentido, o capitalismo, em sua infraestrutura libidinal, é delirante. Não há nada de racional no fato de o capitalismo acumular incessantemente dinheiro; não há nada de racional na busca incessante por crescimento econômico, não há nada de racional no ethos do trabalho, no desejo de eternizar o mundo do trabalho e as instituições do capitalismo; não há nada de racional na produção cispatriarcal da masculinidade e da feminilidade; não há nada de racional no racismo. Todas essas relações sociais são, fundamentalmente, delirantes. A racionalização só vem depois, com vistas a estabelecer metas e objetivos, construir interesses e produzir subjetividades individuais e de grupo: investimento libidinal do crescimento econômico e do mundo do trabalho para melhorar os índices da qualidade de vida, garantir a soberania na Nação ou ascender socialmente; produzir a masculinidade e a feminilidade para garantir a reprodução da espécie, da família e a saúde do corpo social; o racismo para garantir o purismo da espécie humana e a manutenção da segurança da Nação, combatendo inimigos internos; a produção de identidades como formas de naturalização e internalização das relações sociais como predicados de um “eu” (individual ou coletivo), com metas a atingir: sim, eu sou homem/branco/ proprietário/ trabalhador/brasileiro/, sempre fui e sempre serei. A pulsão de destruição ou, se se quiser, a pulsão de morte, que garante a eternização das formas de relações social do cispatriarcado da mercadoria, bem como de seu racismo constitutivo, é nesse sentido uma intensificação do narcisismo da nossa sociedade e do investimento paranoico do campo social pelas massas. Trata-se, assim, de uma economia libidinal que deve ser analisada de maneira “trans-posicional”, isto é, descentrada dos indivíduos, para mostrar como ela é basilar na reprodução da sociedade capitalista, do cispatriarcado e do racismo, e como ela se expressa no bolsonarismo.

Uma breve nota sobre o narcisismo no capitalismo: não se trata meramente de dizer que as pessoas são apaixonadas por si mesmas e egoístas, que não ligam para o que passa com o outro e só procura estabelecer relações com semelhantes. Mas de dizer que o capitalismo, em seu próprio funcionamento miraculoso-objetivo, é narcisista e produz processos de subjetivação narcísicos e, no limite, auto-destrutivos. Lembremos que a nossa máquina social tem como fim a si mesma (dinheiro acumulando dinheiro), e nasce como o negativo de todo os outros mundos possíveis, produzindo diferenças hierárquicas, segregações e formando coletividades organizadas em torno de fenômenos de superegotização, começando pela família, que irá organizar a produção do “eu” individual-narcísico, racializado e assentado numa identidade sexual a partir da diferenciação entre papai-mamãe-eu. Em resumo, é a própria forma-sujeito que o cispatriarcado da mercadoria produz que é narcisista e identitária.

Assim, é um equívoco avaliar a força do bolsonarismo pela racionalização que fazem de seu desejo, isto é, pelos interesses e pelas metas que estabelecem. Os interesses e as metas vêm sempre depois, são secundários em relação à produção libidinal das formações coletivas. O fundamental está na paixão desinteressada, no investimento direto paranoico das formas de relação social (em si irracionais, contingentes) que estão em crise, buscando eternizá-las a partir de um processo de destruição e abolição das próprias relações reais a partir de laços de inimizade que afetam, sobretudo, as minorias sociais.

Por essa razão, ficar acusando bolsonaristas de serem iludidos, mergulhados em mentira, em ideologia, de ter “falsa consciência”, nada disso nos faz avançar ou nos ajuda a entender um fenômeno que é da ordem do desejo. Índice disso é o fato de estar havendo na própria base de Bolsonaro sua relativa descartabilidade como representação e modelo de identificação. Trata-se de algo próprio do caráter “suicidário” e paranoico que marca a posição inconsicente do bolsonarismo, em que até um aliado possa se tornar um entrave, quando não uma ameaça, um traidor. Isso não tem apenas um limite teórico, mas também político do ponto de vista do combate ao bolsonarismo. Antes, como depois das eleições, a esquerda ainda acredita que o golpe central no bolsonarismo é a vitória nas urnas.

Por fim, analisar do ponto de vista inconsciente e molecular o bolsonarismo também nos permite analisar melhor as mudanças nas suas formas de agenciamento, se deslocando de organizações formais simuladas do autonomismo, para formas informais, celulares, com grupos “sem líderes” e mais próximas de táticas insurrecionárias. A caçada, nesse sentido, dos “líderes” que estavam organizando os bloqueios via grupos de telegram e what’s app é totalmente ineficiente. Não porque o movimento seja espontaneista (tudo é produzido, nada é espontâneo), mas porque o movimento conseguiu criar um plano de articulação, de organização, que escapa a esse tipo de tentativa de controle. E é nosso desafio fazer frente a esse movimento, nas ruas e para além das instituições.

Agnes de Oliveira


[1] Para ficar em alguns casos: “Caminhoneiros são reféns de grupos bolsonaristas armados”, diz entidade do setor. In: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63460011 ; “Bolsonaristas agridem repórter da Record durante ato golpista em São Paulo”. In: https://www.cartacapital.com.br/politica/bolsonaristas-agridem-reporter-da-record-durante-ato-golpista-em-sao-paulo/ ; “Carro com adesivo de Lula é depredado em ato bolsonarista na Paraíba”. In: https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2022/11/03/carro-com-adesivo-de-lula-e-depredado-em-ato-bolsonarista-na-paraiba-video.ghtml; “Estudantes ficam feridos após bolsonaristas invadirem ônibus escolar em SP”. In: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/11/estudantes-ficam-feridos-apos-bolsonaristas-invadirem-onibus-escolar-em-sp.shtml

[2] “Bolsonarista mata jovem em BH após vitória de lula”. In : https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2022/10/31/bolsonarista-mata-jovem-em-bh-apos-vitoria-de-lula.htm

[3] Ver – Angie. Notas sobre Deposteron, machosferas e a economia política do gênero. In: https://medium.com/@angielsb/notas-sobre-deposteron-machosferas-e-a-economia-pol%C3%ADtica-do-g%C3%AAnero-880ede809337

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