Nós somos um grupo de homens que decidiu se posicionar ativamente em prol dos direitos reprodutivos, encaramos a realidade que a luta pelos direitos reprodutivos é acampada hoje exclusivamente por mulheres e minorias dissidentes sexuais.
A realidade é que os homens que se posicionam ativamente em relação aos direitos reprodutivos hoje estão exclusivamente do lado reacionário: do Papa as lideranças evangélicas, de Bolsonaro a Trump, do movimento “red pill” a política “anti identitária”, todos tem em comum, de forma mascarada ou não, uma defesa ativa do suposto direito dos homens de controlar a sexualidade das mulheres e de outras dissidências sexuais.
As pesquisas apontam que a maioria das pessoas que se posicionam contra o aborto e outros direitos reprodutivos são homens cis heterossexuais, além dessa maioria numérica simples, devemos destacar a diferença qualitativa de que falamos acima, são homens majoritariamente as lideranças dos movimentos contra os direitos reprodutivos e mesmo na esquerda estão quase totalmente ausentes dos movimentos pela conquista destes direitos.
O problema não para ai, são homens cis heterossexuais que mais se recusam a usar camisinha encarando-a, quando muito, como uma imposição da mulher. Simultaneamente, são homens que praticam o abandono parental em massa.
Atualmente, o maior risco que as mulheres correm ao auxiliar ou realizar um aborto clandestino é que o progenitor descubra, agrida ou denuncie, situação infelizmente comum. E ainda são raras experiências em que o homem apoie ou auxilie minimamente a mulher a exercer seu direito de escolha.
A esquerda em nome da suposta governabilidade segue rifando os direitos reprodutivos em negociações parlamentares quaisquer. Porém, em diferentes lugares do mundo, devido a expansão dos movimentos feministas populares, tem avançado a luta pelos direitos reprodutivos arrancando a conquista em cima de governos de diferentes campos ideológicos, com a legalização ou descriminalização recente do aborto em países como Argentina, Chile, Colombia, México, Coréia do Sul e Israel.
Como são hoje os homens a principal resistência contra a organização feminista, de dissedentes de gênero e contra os direitos reprodutivas, nosso objetivo é atuar conscientemente para mudar esse cenário horrível e ampliar o debate sobre direitos reprodutivos entre os homens. Não temos interesse e nem capacidade de protagonizar a luta feminista. Nossa intenção é de ajudar a quebrar a forte resistência que há hoje no meio masculino (sobretudo cis heterossexual) em entrar nesta discussão de uma forma que não seja estritamente reacionária.
Entendemos que os chamados “privilégios do patriarcado” são uma cilada que apenas tem feito os homens se alienarem de si mesmos e se tornarem os principais algozes das pessoas que supostamente amam. Somos um grupo de homens que acha que homens também precisam se manifestar ativamente pelos direitos reprodutivas, contra as diferentes formas de violência sexual e o feminicídio, sobretudo no contexto que vivemos de forte e violenta reação do patriarcado em crise.
Convocamos todos os homens que apoiam e tenham interesse em somar nesta discussão a entrar em contato conosco. Nosso objetivo inicial é de apenas ampliar este debate entre homens, com a realização de reuniões, discussões e divulgação dos espaços de discussão de masculinidades que ja existem, assim como a realização de campanhas fisicas e virtuais em prol dos direitos reprodutivos. Quebre o silêncio! Se posicionem homens!
Entre em contato conosco pelo email homenspelosdireitosreprodutivos@protonmail.com ou instagram @homenspelosdireitosreprodutivo
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👍👏👏👏 essa Luta é de todos nós.