Por Agnes de Oliveira
18/06/2025
A masculinidade moderna não é feita de testosterona, mas de petróleo e pólvora
– Paul Preciado, Dysphoria Mundi
Salvo engano, é precisamente a ascensão do princípio masculino do “trabalho abstrato como um tautológico fim em si mesmo” que traz como resultado o confinamento doméstico e a repressão da mulher na história ocidental, produzindo, ao fim e ao cabo, a perda da dimensão sensível das relações humanas, a destruição da natureza e a ameaça de guerra nuclear. – Roswitha Scholz, O Valor é o Homem
Na sexta-feira (13/06), Israel declarou guerra ao Irã ao bombardear uma série de instalações nucleares, refinarias de petróleo e zonas residenciais em Teerã, Natanz e outras cidades, matando 78 pessoas, entre civis (incluindo crianças), militares das Forças Armadas e da Guarda Revolucionária, e cientistas.1 Numa justificativa que relembra à guerra do Iraque, e já prevendo as retaliações, a IDF (Forças de Defesa de Israel) alegou “ataques preventivos” a uma suposta ameaça representada pelo programa nuclear do Irã, mesmo o Irã não tendo ameaçado Israel e na ausência de qualquer arma nuclear.2 Tanto em 2003, quanto agora, é o mesmo mecanismo em operação de criar aquilo que se pretende matar, no qual a produção da diferença racial e cultural performam seu trabalho de autorização da violência contra as “forças do mal”.
A guerra foi declarada dois dias antes da reunião de acordo nuclear entre Irã e EUA. Trump, por seu lado, não só havia sido informado do ataque, mas realizou pronunciamentos públicos apoiando Israel, justificando a “necessidade” da guerra e responsabilizando o Irã por não abandonar seu programa de enriquecimento de urânio.3 Outras duas observações à respeito da data do ataque merecem ser mencionadas: 1) Um dias antes do ataque de Israel ao Irã, a coalizão de Netanyahu estava em risco de dissolução e de convocação de eleições antecipadas. Não é segredo, aliás, que Netanyahu se utiliza das guerras para se manter no poder e escapar da possibilidade de ser condenado e preso; 2) Os ataques foram realizados 4 dias antes da conferência da ONU sobre a solução do conflito por meio da criação de dois Estados. A conferência foi adiada na própria sexta-feira 13, quando a guerra começou.4

Após seis dias de guerra, com mais de 240 mortos, sendo a maioria civis iranianos, é evidente o interesse dos EUA e de Israel em escalar cada vez mais a guerra. Trump, por exemplo, se recusou a assinar a declaração do G7 para desescalada da guerra, chegou a mandar Teerã ser evacuada, e ameaçou de morte o aiatolá Ali Khamenei.5 Mais do que isso, a situação torna expressa como a guerra é ao mesmo tempo um produto e um meio da intensificação da lógica de aniquilação não só do Estado de Israel, mas global e autodestrutiva do próprio capitalismo, como é o caso da guerra entre Ucrânia e Rússia.6

O capital global, nas suas diversas “guerras de ordenamento mundial” promovidas pelo imperialismo da segurança, só consegue se autopreservar, em meio a sua crise estrutural, por meio de uma violação constante do direito internacional.7 O que estamos vendo agora é uma aceleração e aprofundamento do colapso do direito internacional. Nesse processo, o papel de Israel no Oriente Médio foi bem definido pelo próprio chanceler da Alemanha: “Este é o trabalho sujo que Israel faz para todos nós”. 8
Simultaneamente à guerra, Israel continua aprofundando o genocídio na faixa de Gaza. Isso tem sido feito, também, com o apoio e financiamento de milícias: tanto em Gaza, para se contraporem ao Hamas, como a milícia Al Shabaab, quanto na Cisjordânia, por meio da formação de milícias de colonos israelitas. Também na segunda-feira (16), Israel realizou um ataque que matou ao menos 59 palestinos, e na quarta-feira (18) houve um novo ataque, matando mais de 400 palestinos.
Estamos, portanto, diante da intensificação da produção de mortes que se constituiu como um fim em si em escala ampliada. Não por outra razão, as mídias, comentaristas e especialistas mainstream se encontram perdidos em meio a ausência de perspectiva da guerra.
Neste cenário, contudo, podemos observar também na esquerda manifestações militaristas e de apoio à guerra. Assim como a extrema-direita, mas com sinal invertido, parte da esquerda vê a guerra “necessária” para barrar militarmente o genocídio em Gaza, apoiando o Irã nessa escalada militar. Em ambos casos, estamos diante de um “belicismo moral”, referenciado de um ponto de vista nacional, que fornece a legitimação para as próprias guerras do imperialismo global. Argumentamos aqui que essa posição da esquerda não pode ser entendida sem sua relação com o masculinismo de crise, o militarismo sacrificial e sua economia libidinal subjacente.

Masculinismo de crise e militarismo sacrificial
A ascensão de um “masculinismo de crise” dentro da esquerda, que remete a uma crise do próprio patriarcado capitalista, é cada vez mais observável, por exemplo, no crescimento de posições anti-minorias (ou “anti-identitárias”), do nacionalismo e, como veremos, na defesa do militarismo. Como já observado, o masculinismo não diz respeito apenas aos “homens” como indivíduos empíricos, e nem deriva de qualquer determinação biológica.5 Trata-se, antes, de uma forma de relação social de dominação sem sujeito pré-existente, no interior da qual o sujeito é produzido como masculino. Enquanto tal, mulheres cis e minorias de gênero e sexualidade podem não só defender posições políticas masculinistas, que reforçam essa forma de dominação, mas também, ao ocupar cargos políticos estruturalmente patriarcais, executar a dominação masculina, a partir de uma “dupla socialidade”, sem que as hierarquias de gênero deixem de existir. A figura de Ursula Von der Leyen, presidente da União Europeia, sintetiza bem essa situação, sendo atualmente responsável por conduzir a União Europeia a uma corrida armamentista.9 Mas algo semelhante poderia ser dito de figuras políticas como Carla Zambelli e Damares Alves, ou do próprio feminismo trans-excludente em afinidade com as políticas de extrema-direita e suas conspirações antissemitas, que acabam reforçando o próprio patriarcado.
Diante da guerra, à esquerda e à direita, o masculinismo se manifesta em seu nexo interno com o militarismo, balizando a adesão imediata, na condição de espectadores e torcedores, aos processos (auto)sacrificiais resultantes da escalada militar global. Essa dinâmica sacrificial e seu regime libidinal pressuposto não deixam de ter relações com uma crise do próprio Sujeito moderno – sempre-já patriarcal – que vê suas bases sociais de auto-afirmação cada vez mais solapadas pela crise, descarregando, numa dinâmica concorrencial de aniquilação, uma violência contra o próprio mundo exterior e, no fim, contra si próprio. Consequentemente, a crise do Sujeito se torna também uma crise do “Sujeito Revolucionário” sob o paradigma da soberania e da autodeterminação mediada pela estatalidade. Tal crise do sujeito se expressa, por exemplo, no crescimento das figuras masculinas dos mártires e atos amoque suicidários e “sem perspectiva”, com os quais homens de esquerda e de direita, sobretudo, estabelecem relações de identificação. Do Aiatóla Khamenei à Netanyahu, da Guarda Revolucionária às Forças de Defesa de Israel.10
Numa passagem pouco comentada de Necropolítica, ao tratar da situação de apartheid da Palestina, Achille Mbembe trata da lógica do martírio, caracterizada pela figura do “homem-bomba”. O característico dessa lógica é que “minha morte anda de mãos dadas com a morte do outro. Homicídio e suicídio são realizados no mesmo ato. E em larga medida, resistência e autodestruição são sinônimos”. O corpo, por sua vez, já não tem nenhum valor por si, mas se torna suporte de um “processo de abstração com base no desejo de eternidade”, no interior do qual “o sujeito triunfa sobre sua própria mortalidade”. Essa relação entre autodestruição e liberdade, como manifestação de um processo de abstração no qual o corpo não tem qualquer valor determinante, não é resultante de uma codificação islâmica e religiosa “arcaica” ou “pré-moderna”. Como Mbembe mostra, tal lógica está no núcleo da metafísica do sujeito moderno e sua concepção de liberdade como autodeterminação, que em situações de terror e exceção atinge suas formas de manifestações mais brutais, na qual auto-afirmação e auto-aniquilação coincidem.
Ora, ocorre que a tendência atual de auto-aniquilação faz referência a um processo social mais abrangente de autodestruição do próprio patriarcado capitalista e sua pulsão de morte. Como argumentou Kurz, em Guerra de Ordenamento Mundial: “A ‘sede de morte’ não é um motivo especificamente islâmico, mas, sim, o universal grito de desespero de uma humanidade que se auto-executa na sua forma mundial capitalista.” Daí o continuum que encontramos das figuras do homem-bombas, dos sujeitos masculinos amoque e adolescente assassinos, até a própria dinâmica dos Estados com seus aparelhos de violência e do imperialismo de segurança “democrático”, que tem se convertido num “amoque global ideal” e nuclear: “A pulsão de morte do capitalismo manifesta-se como um amoque da polícia mundial, que ameaça assumir dimensões capazes de destruir o planeta.”.
É tal o masculinismo de crise, que assume tanto a forma de uma guerra civil molecular (auto)destrutiva, quanto de uma escala militar global, que estamos assistindo em curso já há algum tempo, assumindo escalas cada vez mais ampliadas e perigosas.

Masculinismo, militarismo e anti-imperialismo
Nesse contexto, a guerra que agora escala se torna um momento de desrecalque para manifestação do desejo patriarcal de aniquilação, que toma ares de fascinação espetacular com as bombas rasgando o céu e mortes sendo produzidas. Do lado da esquerda ocidental, a adesão imediata e o investimento libidinal dessas formas de violências de aniquilação executadas por Estados-Nações acaba operando como compensação da sua própria impotência política diante do genocídio em gaza.11 E, não ao acaso, no contexto da guerra Israel-Irã, a racionalização dessa adesão é acompanhada também do aumento de manifestações explicitamente antissemitas e de legitimação do extermínio em massa de israelenses.

Para pintar a escala militar capitalista com as cores da libertação, resultante de um processo social global que se desdobra de maneira cega e mediada pela concorrências entre Estados e blocos de poder, parte da esquerda apresenta a guerra Israel-Irã como uma guerra anti-imperialista de libertação nacional. Neste ponto, o discurso da esquerda se aproxima – e se adapta – ao discurso anti-imperialista nacionalista duginista (Quarta Teoria Política) e de extrema-direita pró-russia (Nazbols).12 De anarquistas à Nova Resistência, se repete a mesma justificação da guerra e sua “necessidade”, que têm em comum a posicionalidade do Eixo da Resistência, bem como a aliança eurasiática,como força anti-imperialista a ser apoiada na luta pela libertação palestina. Assim, se do lado da extrema-direita ocidental a guerra é justificada como “direito de defesa” de Israel, para a parte da esquerda ocidental e para a extrema-direita pró-rússia, ela se justifica por meio de um “anti-imperialismo” nacional, estruturalmente patriarcal, em que os aliados, segundo critérios materialistas “objetivos” e “necessários”, se tornam as elites políticas e senhores da guerra dos regimes das nações “aliadas”. Isso quando regimes nacionais, pelo simples fato de se contraporem aos Estados Unidos, não são mistificados como “anticapitalista”.13
A “perda da história” não poderia ser aqui mais explícita. Diante de um processo de fragmentação e escalada militar global, no interior da qual a concorrência entre Estados e blocos de poder se acirram, é evocada pela esquerda “anti-imperialista” a constelação da primeira metade do século XX, marcada pelas guerras mundiais entre as potências imperiais, e pelas guerras de libertação nacional, responsáveis pela ampliação das formações nacionais estatais num contexto de “capitalismos de Estados”.14 Como consequência, se perde de vista que, ao invés de um “anti-imperialismo” trazendo condições para libertação, estamos diante de um processo de aprofundamento da crise global da própria forma social, no interior da qual as lutas de libertação nacional fizeram sentido e se concluíram historicamente. Ao invés de uma ampliação das formações e soberanias nacionais, por meio de guerras de libertação nacional, o que estamos assistindo é a decomposição dos próprios Estados modernos formados nesse processo histórico. A escalada militar em curso é uma forma pela qual essa decomposição social-global é processada, resultando da concorrência patriarcal entre os Estados e blocos de poder num contexto de agudização da crise estrutural da reprodução social capitalista.15 Algo difícil de se assumir nas análises “realistas”, que buscam fundamentar a necessidade e objetividade da guerra a partir do recurso à constelação das guerras de libertação. Tais análises não só se apegaram às teorias cujo referencial histórico se esgotou, mas a uma visão do capitalismo como o “eterno retorno” do Mesmo, como se certas formas de mediação social e dinâmicas sociais tivessem um poder infinito de regeneração e não fossem sujeitas, elas próprias, a uma crise profunda que coloca desafios à esquerda. Tal ponto cego do “anti-imperialismo”, contudo, é coerente com o enquadramento nacional dos conflitos, isolando-o de seu pertencimento a um plano social global dinâmico e qualitativamente modificado, caracterizado por uma globalização das cadeias produtivas e fluxos de capital monetário, que é ao mesmo tempo uma crise estrutural da acumulação.
Contudo, e à despeito do “realismo” das posições anti-imperialistas, não é exagero afirmar que um dos efeitos mais prováveis dessa guerra seja o aprofundamento da crise econômica e social do Irã, mergulhando-o numa guerra civil e num processo de decomposição do Estado-Nação à semelhança do que se passou na Síria e na Ucrânia, ampliando a fragmentação social e a formação de máquinas de guerras. Algo que, aliás, está também em curso no próprio Estado de Israel, movido atualmente pelo projeto messiânico e fundamentalista da “Grande Israel”. A intensificação do genocídio e a escalada militar de Israel tem aprofundado a crise de suas próprias condições políticas, econômicas e sociais, ao mesmo tempo que tem ampliado formas milicianas de controle territorial. Tal processo é sintoma de como a violência de aniquilação se tornou um “fim em si” que entra em contradição com os próprios cálculos de interesse (econômicos, políticos e militares), e não pode ser meramente explicada por eles.
O abandono de Trump da reunião do G7 e sua recusa de assinar a declaração de cessar-fogo é sintoma desse novo momento da globalização e do imperialismo de crise, intensificando a fragmentação e a concorrência. O que está em continuidade com o abandono, por parte dos EUA, do apoio militar à Ucrânia, com a possibilidade de retirada das tropas da Europa, e das tensões com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O que estamos vendo, nesse sentido, é toda a estrutura do patriarcado capitalista e do seu imperialismo de segurança, sob a hegemonia dos EUA, se decompondo de maneira acelerada, arrastando o mundo para uma espiral de destruição.
Esse processo de escalada militar por si mesmo, não produz nada além de guerras sem fim e sem perspectiva, no interior da qual o patriarcado capitalista transforma o globo numa enorme máquina concorrencial e sacrificial de corpos reduzidos à carne.
1 https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/06/12/israel-realiza-aereo-contra-ira.ghtml
2 A relação é explicitada pelo próprio ministro israelense da Defesa, Israel Katz, que disse que o aiatolá Khamenei poderia ter o mesmo destino que Saddam Hussein.
3 Trump chegou a comentar que a guerra “tinha que acontecer”. https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2025/06/15/trump-guerra-israel-ira-eua-se-envolver.htm
4 https://pt.euronews.com/my-europe/2025/06/14/crise-irao-israel-faz-adiar-conferencia-da-onu-sobre-solucao-de-dois-estados
5 https://www.reuters.com/business/aerospace-defense/trump-urges-tehran-evacuation-iran-israel-conflict-enters-fifth-day-2025-06-17/
6 https://quilomboinvisivel.com/2025/01/21/o-ascenso-do-masculinismo-na-esquerda/
7 Em Guerras de Ordenamento Mundial , Kurz diagnostica o processo de colapso do direito internacional na guerra de Kosovo, em 1998, ao qual a guerra do Iraque deu continuidade.
8 https://www.dw.com/pt-br/israel-faz-trabalho-sujo-no-ir%C3%A3-por-n%C3%B3s-diz-chanceler-alem%C3%A3o/a-72955873
9 https://www.bbc.com/portuguese/articles/cj671j4g42lo
10 Segundo relatos de uma militante anarquista iraniana sobre a guerra e a fragmentação da população iraniana, a posição de parte da esquerda ocidental, que vê nos bombardeios contra Tel Aviv prenúncios da libertação, está mais próxima dos fundamentalistas islâmicos e sua lógica de mártir, do que da esquerda iraniana. Sobre isso, ver: https://quilomboinvisivel.com/2025/06/19/teera-sob-bombas-testemunho-de-uma-companheira-anarquista/
11 Trata-se aqui de um “amor desinteressado”, um gozo pela participação numa potência desejante de aniquilação não possuída e autonomizada na forma de poder capitalista. . Algo que já pressupõe uma “impotência”/falta inscrita no próprio desejo.
12Essa deriva do anti-imperialismo à uma posição abertamente de extrema-direita e num discurso de legitimação belicista a partir do pathos nacional não é recente. Kurz havia diagnóstica tal transformação em 2003: “A orientação pela nação como ponto de referência supostamente anticapitalista e anti-imperialista converteu-se, libertada do seu lastro marxista, em parte numa ideologia e política nacionalistas abertamente de extrema-direita (tal como, de resto, o patriotismo “socialista” em toda a Europa de Leste, incluindo a Alemanha do Leste). A mutação de alguns dos tribunos do radicalismo de esquerda alemão de 1968 em nacionalistas reacionários (por exemplo, Bernd Rabehl) e até em neonazis assumidos (por exemplo, Reinhold Oberlercher ou Horst Mahler) é, nesta medida, mais coerente do que pode parecer à primeira vista.” (Guerra de Ordenamento Mundial, p.252). Essa deveria, ao nosso ver, só pode ser adequadamente explicada quando referida ao esgotamento da força histórica progressiva do capitalismo, trazendo à luz os elementos reacionários constitutivos do próprios anti-imperialismo de “libertação-nacional”, que se converte, num contexto de crise, numa guerra sem perspectiva pela auto-afirmação na forma social capitalista, em muitas casos se confundindo com o auto-sacrifício.
13 É justamente a tomada da Nação (um construto em si capitalista) como, supostamente, ponto de referência anti-imperialista e anticapitalista, que permite, por exemplo, a extrema-direita duginista se apresentar como “anticapitalista”
14 Já se tornou, inclusive, um lugar comum na esquerda diante do aprofundamento da crise do “imperialismo de segurança” sob a pax americana, remontar à constelação do imperialismo policêntrico. Quando, contudo, está em processo uma decomposição dos próprios Estados-Nações e, de maneira mais abrangente, da matriz de socialidade moderna, que não merece que derramemos nenhuma lágrima quanto ao seu fim.
15 Segundo o Global Peace Index de 2024, há em curso, no mundo, 56 conflitos armados ativos, dentre os quais a guerra na Ucrânia e o genocídio na Palestina . Trata-se do maior número desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Trata-se de um patente processo de escala militar global.
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